Aleluia irmão! Saravá Zifia! A Constituição Federal, ao mesmo tempo que garante a liberdade religiosa, também determina a separação entre Estado e Igreja. O motivo dessa separação é claro e já constava em constituições anteriores. Ao Estado, leia-se governos federal, estadual e municipal, cabe a responsabilidade de garantir direitos e igualdade de tratamento para todos. Catolicos, evangélicos, religiões de matriz africana, espíritas, budistas e demais religiões mas também àqueles que não tem religião alguma. O Estado não pode fazer distinção. Por esse motivo a política deve tratar de assuntos que importam a todos. Saúde, educação, segurança publica, geração de empregos, redução das desigualdades. Do outro as igrejas em suas diversas vertentes cuidam das questões espirituais. O crime ocorre quando se da a mistura da religião com a política pois ai deixa de existir a defesa dos o interesses de todos e passa a existir a defesa da forma como essa ou aquela religião se posiciona no mundo. Temas fundamentais já citados como saúde, educação e emprego não estão na pauta de padres e pastores e sim temas comportamentais e morais que interessam a uma parte maior de evangelicos e menor de catolicos conservadores. O exemplo mais claro que temos ocorreu em 2018 com a eleição de um marginal ligado ao submundo do crime no Rio de Janeiro, que apresentou ao logo da vida evidentes sinais de psicopatia, violento, agressivo, racista, preconceituoso, que jamais falou ou se preocupou com saúde, educação, segurança e emprego ter sido eleito falando em aborto, com apoio ostensivo de pastores e padres conservadores. Por conta dessa interferência da religião nas eleições um enviado das trevas foi vendido em igrejas e templos como um enviado de Deus. É isso que se dá quando religiosos com influencia espiritual sobre pessoas muitas vezes fragilizadas e quase sempre desinformadas, se metem na política. Deixa de existir a defesa dos interesses de todos e passa a existir a defesa apenas de temas do comportamento. Isso levou milhões de pobres, influenciados por pastores e padres, a votar em políticos da extrema-direita, que defendem no mundo todo os interesses do mais ricos e não os interesses deles. É a exploração da espiritualidade e fragilidade dos fieis para obtenção de ganhos eleitorais. O tema é relevante pois corre nos bastidores da política procopense que há um padre cotado ou cogitado para ser candidato a vice-prefeito nas eleições desse ano. Sendo verdade teremos aqui a reprodução dessa pratica vedada pela Constituição Federal, da mistura da igreja com a política. Com qual objetivo? Com os mesmos que vimos nas ultimas eleições no país com o uso da religião e da ascendência e domínio espiritual sobre pessoas como forma de conquistar votos. Uso indevido da influencia espiritual de religiosos como instrumento eleitoral. Como estamos em período pré-eleitoral as possibilidades vão sendo colocadas e podem ser confirmadas ou não mas no regime democrático que vivemos a organização de uma sociedade plural se dá pela Constituição Federal e não pela Biblia. Não fosse assim e estaríamos voltando à idade das trevas. A política para os políticos e as igrejas para os religiosos.Por conta disso igrejas não podem virar comitês nem palanques eleitorais. Quando mistura é fácil ver o rabo, os chifres, o tridente e sentir o cheiro de enxofre.