Na análise do autor Tiago Barbosa, a mídia corrobora um regime de violência racial e socioeconômica, ao exaltar o governador de São Paulo como um político de centro. Este endosso, segundo ele, é um respaldo às ações questionáveis do político. Barbosa aponta que a mídia não apenas enaltece figuras influentes, mas também normaliza discursos e práticas prejudiciais. A recente glorificação do governador de São Paulo, considerado por Barbosa como uma figura emblemática do bolsonarismo extremista, sugere uma tolerância às políticas e práticas controversas atribuídas a ele. O autor destaca o comportamento indiferente do governador diante das críticas sobre a conduta da polícia, inclusive em situações de violência extrema. Ele ressalta que a mídia, muitas vezes, negligencia ou minimiza as consequências negativas das políticas de segurança pública, deixando de denunciar a desumanidade presente nessas situações. Essa postura, segundo Barbosa, contribui para a perpetuação de um ciclo de violência e desigualdade, no qual as vítimas são predominantemente negras e pobres. Além disso, o autor aponta para uma narrativa seletiva por parte da mídia, que, segundo ele, tende a culpar as vítimas em vez de responsabilizar os verdadeiros perpetradores de violência. Ele cita como exemplo a morte de um pai de família em um acidente envolvendo um carro de luxo, onde a mídia teria minimizado a responsabilidade do motorista e ignorado a necessidade de punição. Em contraste, a abordagem da mídia em relação às comunidades negras seria marcada pela truculência e pela falta de empatia, evidenciada em casos de violência policial. Barbosa argumenta que essa postura da mídia contribui para a perpetuação de um sistema social falido, no qual a vida humana é desvalorizada com base na classe social e na cor da pele. Ele critica o jornalismo por ser conivente com o poder e o dinheiro, em vez de assumir um papel crítico e defender os direitos humanos. Em suma, o autor denuncia a falta de ética e responsabilidade da mídia na abordagem de questões políticas e sociais sensíveis, e instiga o público a questionar essas narrativas dominantes.