O procurador Deltan Dallagnol foi uma figura central na liderança da Operação Lava Jato, um marco significativo em sua carreira e vida financeira. A partir do início das investigações, mostrou interesse em apresentar palestras sobre as chamadas “10 Medidas contra a Corrupção”, com seus eventos alcançando valores de até 35 mil reais, conforme mensagens obtidas pela revista Piauí em março de 2024. Dallagnol não só incentivava outros a seguir seu exemplo, mas também compartilhava informações sobre cachês de palestrantes renomados, como ministros e outros procuradores, e fundou sua própria empresa de palestras em parceria com Roberson Pozzobon. Mesmo alertado sobre os riscos de se apresentar para instituições financeiras, o procurador demonstrava confiança no retorno financeiro significativo. Durante o ano eleitoral de 2018, Dallagnol acumulou uma considerável quantia em sua conta poupança, com a expectativa de obter ainda mais através de palestras. Ao deixar o Ministério Público em 2021, seu salário bruto era de 34 mil reais. Nas eleições de 2022, declarou um patrimônio de 2,7 milhões à Justiça Eleitoral e foi eleito deputado federal com uma expressiva quantidade de votos, tornando-se o mais votado do Paraná. No entanto, em outubro de 2022, o Tribunal Superior Eleitoral cassou seu registro de candidatura e, consequentemente, seu mandato, devido a sindicâncias em andamento durante sua atuação como procurador que poderiam torná-lo inelegível em caso de condenação. A trajetória de Deltan Dallagnol, marcada pela operação Lava Jato e suas atividades posteriores, evidencia o papel controverso desempenhado por figuras públicas no cenário político brasileiro.