Bolsonaro Vive Tensões Judiciais Durante o Carnaval: Estratégias e Repercussões
O ex-presidente Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL), enfrentou um Carnaval marcado por tensões legais, alimentadas especialmente após ser alvo da Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal, que resultou na detenção do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, por posse irregular de arma de fogo e uma pepita de ouro em 8 de fevereiro. De acordo com relatos de aliados políticos, Bolsonaro expressou preocupação com a possibilidade de ser preso, demonstrando emoção ao comentar o ocorrido com Valdemar. Para tranquilizá-lo, seus assessores tomaram medidas enquanto pessoas próximas buscavam orientação jurídica, incluindo o Supremo Tribunal Federal (STF), para avaliar a situação.
O ex-presidente Michel Temer, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), e o ministro do STF Gilmar Mendes foram mobilizados para intervir junto ao ministro Alexandre de Moraes, através de Carlos Marun, ex-deputado e ex-ministro. Temer, conhecido por sua abordagem cautelosa em assuntos delicados, optou por abordar pessoalmente tais questões, especialmente com Moraes. Valdemar Costa Neto foi libertado após dois dias de detenção.
A tensão aumentou com a divulgação do conteúdo da reunião de 5 de julho de 2022, na qual Bolsonaro e seus aliados discutiram estratégias para desacreditar o sistema eleitoral e ameaçaram a democracia. O vídeo desta reunião embasou a operação contra Bolsonaro e seus aliados. Durante mais de uma hora, Bolsonaro proferiu ataques e ameaças, inclusive contra ministros da Corte. Somente na segunda-feira (12), Bolsonaro demonstrou alguma tranquilidade, pelo menos para seus correligionários do PL. Ele foi convencido pelo pastor Silas Malafaia e agora planeja destacar sua popularidade e mobilizar apoiadores para uma manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, marcada para 25 de fevereiro.
Em um vídeo publicado em suas redes sociais, Bolsonaro convocou os apoiadores a participarem do evento vestidos com as cores verde e amarelo, pedindo que evitem levar faixas ou cartazes contra qualquer pessoa, e prometeu se defender de todas as acusações recentes.
“Nos últimos meses, diversas acusações foram feitas contra mim. Neste evento, quero me defender e mostrar a união de todos vocês, que são os mais importantes. Vamos demonstrar nossas preocupações e nossos desejos para o Brasil e para o mundo”, declarou Bolsonaro.
No entanto, o evento enfrenta o risco de baixa adesão, especialmente no que diz respeito à participação de figuras proeminentes da extrema-direita. Segundo a Folha de S.Paulo, apenas três das 20 principais lideranças bolsonaristas confirmaram presença na manifestação. Por sua vez, Wallace Landim Chorão, presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), afirmou que “não há clima” para que o movimento dos caminhoneiros adira ao protesto.
“Estão tentando mais uma vez utilizar nosso segmento como massa de manobra. No entanto, não há clima para uma paralisação geral, especialmente devido às condições climáticas e às atividades de colheita em andamento”, explicou.