As recentes revelações nas investigações da Polícia Federal acerca do assassinato de Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, apontam para a possível existência de múltiplos mandantes no crime. As informações, originadas no jornal O Globo e embasadas por fontes vinculadas ao inquérito, indicam um desdobramento complexo nas investigações que se desenrolam desde o trágico incidente ocorrido em 2018. A Polícia Federal inseriu-se no caso no início do último ano. Dentre os desenvolvimentos, destaca-se a delação já fechada com Elcio Queiroz, que confessou ter conduzido o veículo para que o ex-policial militar Ronnie Lessa executasse o crime. Aguarda-se a homologação de uma segunda delação, desta vez de Lessa, que se presume apontar os possíveis mandantes por trás do ato. Fontes da investigação sinalizam que um dos delatados como mandante é Domingos Brazão, ex-deputado estadual pelo Rio e atual conselheiro do Tribunal de Contas do estado (TC-RJ). O nome do suposto segundo mandante, não revelado pelo Globo, destaca-se pela ausência de menção a Brazão. Embora o nome do conselheiro tenha sido mencionado como mandante na delação, inicialmente divulgado pelo site The Intercept Brasil e subsequentemente confirmado por outros veículos, a informação ainda carece de oficialização por parte das autoridades. Quanto à posição do ainda ministro da Justiça, Flávio Dino, este declarou, na última quarta-feira (24/1), que "não nega nem confirma" a existência de um acordo com Ronnie Lessa. Vale ressaltar que para a delação ser oficializada, é necessário o aval do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em entrevista ao Metrópoles, Brazão negou veementemente ter ordenado o assassinato de Marielle e sugeriu que a PF está direcionando a atenção para outros suspeitos, fazendo-o "sangrar" injustamente.