A emergência climática atinge de forma desigual, especialmente no Norte do Brasil. Nos Estados do Pará e Amazonas, a seca extrema impacta milhares de famílias, dificultando até mesmo a chegada de ajuda humanitária via aérea devido à falta de suporte do governo. O Governador Helder Barbalho (MDB Pará) enfrenta críticas por não organizar a logística necessária para lidar com a seca extrema, apesar de promover iniciativas de combate à crise climática. A campanha "Igualdade Climática: Um Planeta para os 99%" da OXFAM Brasil destaca que os países mais ricos e seus bilionários são os principais emissores de dióxido de carbono, enquanto as populações mais pobres, especialmente no Sul Global, sofrem as consequências. A população racializada e em vulnerabilidade social paga o preço mais alto, perdendo patrimônios em enchentes, sendo empurrada para áreas de risco e precisando de ajuda humanitária em situações de seca extrema. O 1% mais rico do mundo é responsável por dois terços da poluição, revelando a lógica perversa do capitalismo. Enquanto esse pequeno grupo busca manter estilos de vida luxuosos, 99% da população sofre. A 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-28), em Dubai, será palco de discussões sobre soluções climáticas. No entanto, a verdadeira mudança exigirá responsabilização financeira dos países desenvolvidos, financiando a transição energética necessária. A desigualdade climática só será superada com a transformação do modo de produção. O capitalismo, um sistema ambientalmente predatório, exacerba as disparidades sociais. Enquanto os privilegiados desfrutam de conforto com ar-condicionado, outros enfrentam escolhas difíceis devido a altas temperaturas e perdas materiais devido a desastres naturais. À COP-28, um apelo claro: discursos não são suficientes. Aqueles que geraram a crise devem assumir a responsabilidade. "Quem polui mais deve pagar para limpar", como destaca a OXFAM Brasil.