Um estudo recente do Sebrae revela que, dos 29,3 milhões de proprietários de pequenos negócios no Brasil, 52% são negros. Apesar de serem a maioria, os empresários negros enfrentam disparidades significativas na distribuição de lucros. De acordo com os dados do terceiro trimestre de 2023, obtidos a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE, 77,6% dos micro e pequenos empreendedores negros recebem até dois salários mínimos mensais. Em contraste, 43% dos empresários brancos faturam acima de três salários mínimos. A baixa escolaridade é apontada como um fator contribuinte para os menores lucros entre os empreendedores negros, com 45,1% do grupo possuindo apenas formação até o ensino fundamental. Essa realidade é agravada pela natureza das atividades, muitas vezes de menor qualificação. A pesquisa também destaca que 49,7% dos microempresários negros iniciaram seus negócios por necessidade, conforme revelado pela pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) do Sebrae no ano passado. Outro fator preocupante é a falta de formalização nos negócios de empreendedores negros, com apenas 23,6% possuindo CNPJ, em comparação com 43,1% dos empresários brancos. Apesar dessas desigualdades, os pequenos negócios desempenham um papel vital na economia brasileira, contribuindo com 27% do Produto Interno Bruto (PIB) e gerando 52% dos empregos com carteira assinada e 40% dos salários no país. Os setores mais representados são o comércio e a agropecuária, com estados como Amapá, Acre e Amazonas liderando em participação de empreendedores negros. Quando se trata da participação feminina, mulheres negras têm uma presença menor como proprietárias de negócios, sendo, em sua maioria, donas de empreendimentos menores e operando sozinhas, sem apoio de funcionários. Os desafios enfrentados pelos empreendedores negros destacam a necessidade contínua de abordar as disparidades no ambiente de negócios e promover oportunidades equitativas.