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Alerta mundial: Genocídio na palestina e a esquerda brasileira

Alerta mundial: Genocídio na palestina e a esquerda brasileira

Nos últimos anos, quando alguém da esquerda no Brasil tentou argumentar o fracasso que o impeachment de Dilma Rousseff representaria, a natureza antipopular das medidas de Michel Temer, ou o perigo para a democracia da eleição de Jair Bolsonaro, era inevitável ouvir o clássico: “mas e a corrupção do PT, o quê”?


Hoje, no meio do genocídio chamado guerra que vemos na Palestina, parece que “e o Hamas? É o novo “E o PT?” e setores da esquerda brasileira permanecem politicamente inertes. É necessário procurar as causas disso.


O líder da extrema direita Benjamin Netanyahu enfrentou grandes protestos nos últimos meses devido à sua reforma autoritária do sistema judiciário. Por outro lado, é apoiado por uma base fascista ou protofascista, que defende activamente o extermínio dos palestinianos e que mantém um diálogo com a corrente islamofóbica na Europa e nos Estados Unidos, onde a ultra-direita liga as suas propostas com o alegado “terrorismo inato” dos islamistas, a restrição total à entrada de novos imigrantes provenientes do mundo árabe. Não faltam provas de que Israel é um estado de apartheid. As imagens de soldados israelitas celebrando com “civis inocentes” o massacre de crianças palestinas são horríveis. Nos últimos anos, “manifestações” clamando “morte aos árabes” e “o profeta está morto” foram realizadas em várias cidades de Israel.


Além disso, dado todo o segredo militar e a acção histórica do Serviço Secreto Israelita juntamente com a CIA, o que nos garante que Israel não está por trás da própria morte de Israel? Existem certas dúvidas a este respeito que nunca poderão ser respondidas de forma adequada, exceto por uma investigação internacional independente, algo que hoje está longe do horizonte, mas que deve ser considerado.


Outra questão relevante é que uma estratégia que priorize o resgate de reféns não poderia incluir bombardeios contínuos durante horas e dias em locais onde possam estar civis israelenses. Isto mostra claramente que Israel não está preocupado com os seus reféns, mas em promover uma segunda Nakba e uma “solução final” para o “problema” palestiniano.


Em texto traduzido por Matheus Forli, Lina Attala aponta uma razão muito forte para apoiar a necessidade de uma propaganda de guerra tão violenta por parte de Israel. A chamada “Solução do Sinai” não está em dívida com a “Solução Final” nazista.


Confrontado com todos estes elementos, e sem negligenciar o peso dos ataques do Hamas em 8 de Outubro, que certamente uniram os israelitas na defesa da guerra e também causaram alvoroço global suficiente para garantir o seu "direito à defesa", Israel mobilizou todo o seu aparelho político internacional e convocou não apenas soldados, mas também embaixadores informais, que estranhamente são sempre de direita.


A questão é voltar à conhecida estratégia bolsonarista sobre o PT no Brasil contemporâneo, só para dar um exemplo, a posição discursiva que propõe principalmente uma negação defensiva do “terrorismo” ou do “Hamas” parece tão irrelevante. em termos de sua funcionalidade política e em 2017 e 2018 afirmando que o principal problema do Brasil não era a corrupção no PT. Isso porque já estávamos lidando com pessoas cada vez mais insensíveis às diversas violências, físicas e simbólicas, praticadas e/ou promovidas pelo bolsonarismo, como a violência contra a mulher, o racismo e a violência heteronormativa (vidas que parecem menos valiosas do que aquelas “boas cidadão"). Isto permitiu ao bolsonarismo vencer as eleições de 2018. As vidas palestinas importam? Como escapar de um terreno ideológico em que já estamos absolutamente derrotados se entrarmos, por exemplo, caindo no uso acrítico do termo “terrorismo”? Temos vários exemplos de design.


Numa entrevista que se tornou viral, o médico e comediante Bassem Yousseff deu um belo exemplo de como ficar aquém dos termos do jornalista britânico pró-Israel Piers Morgan. A certa altura da entrevista, ele diz: “Sim, sei que me vão perguntar se condeno os ataques do Hamas, e eu os condeno, eu os condeno, eu os condeno. Mas imagine um mundo sem o Hamas, como seria? Bem, não existe Hamas na Cisjordânia, mas pelo menos 37 crianças palestinianas foram assassinadas por Israel só desde Agosto de 2023, muito antes dos ataques do início de Outubro.


O sarcasmo de Yousseff expôs a hipocrisia da mídia global e o sucesso do seu argumento reside na rejeição de certas premissas. A mesma táctica foi utilizada por inúmeros comunicadores, jornalistas e artistas associados à causa palestiniana, que teve um impacto significativo na esquerda global e tirou milhares de pessoas da sua letargia para ocupar massivamente as ruas de Nova Iorque, Chicago, Londres, Paris. – em vários países cujos governos praticam cumplicidade activa ou passiva no genocídio em curso.


O governo Lula representando o Brasil desempenha um papel relevante e progressista no cenário diplomático global e consegue demonstrar de forma completa o isolamento dos Estados Unidos e de Israel, embora pudesse ir muito mais longe, seguindo o exemplo do presidente Gustavo Petro. Colômbia, que cortou relações com Israel. É urgente iniciar um boicote popular a Israel e pressionar Lulu nesse sentido.


É preciso também ficar atento ao desenvolvimento de investigações, como a que diz respeito à utilização do software criminoso israelense FirstMile, em um dos maiores escândalos revelados recentemente em torno da ABIN GSI (Agência de Segurança Nacional) durante o mandato de Bolsonaro. Isto diz muito sobre como a tecnologia militar de Israel está ao serviço das classes dominantes em todo o mundo, e as armas e o treino militar deste país fazem dele um campeão da dominação imperialista e de classe em todo o mundo. Em particular, é necessário boicotar produtos de Israel para uso policial e militar, bem como produtos de treino militar. Se o próprio Lula afirma ser apartheid, é preciso levá-lo às últimas consequências e implementar o BDS, o boicote, o desinvestimento e as sanções o mais rápido possível.


Em suma, é uma ilusão pensar que condenar o terrorismo palestiniano será suficiente para doutrinar profundamente os olhos e os ouvidos para verem estas vidas como menos importantes. O medo de ser rotulado de anti-semita e as lágrimas de crocodilo, diz Finkelstein, daqueles que usam o passado do Holocausto contra os Judeus para justificar as acções de Israel não podem impedir o que deveria ser agora um acontecimento digno de reacção. É lamentável que os sectores de esquerda consigam estar à direita mesmo na ONU, que não considera o Hamas um grupo terrorista.


Muito mais importante do que condenar o “terrorismo do Hamas” no atual contexto do “Evangelistão” brasileiro seria explicar, por exemplo, que Israel não aceita Jesus Cristo e que há até episódios recorrentes de perseguição a cristãos e judeus que são contra o Estado de Israel. Explique que o Israel que está em guerra não é exatamente o Israel da Bíblia e assim por diante. Informação essencial que se perde enquanto estamos presos na chantagem de guerra de Israel. Um equilíbrio de forças desfavorável não pode ser motivo para justificar uma retirada de posições históricas, uma vez que uma retirada permanente convida o inimigo a avançar.



 

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