A Panamerican Medical Supply, empresa que tem entre seus sócios o empresário Marcelo Pupkin Pitta, fechou dois contratos, totalizando R$ 647,2 milhões, com o Ministério da Saúde nos anos de 2021 e 2022, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). Segundo a coluna do jornalista Ricardo Noblat, do Metrópoles, “Marcelo Pitta é figura conhecida no mercado farmacêutico, e já foi preso no âmbito da Operação Vampiro, em 2004 e em 2007. As investigações apuraram suspeita de fraude em licitação no Ministério da Saúde, justamente em compras de medicamentos hemoderivados, incluindo imunoglobulina. A ação fraudulenta teria começado ainda na década de 1990”. De acordo com a reportagem, R$ 597,5 milhões do valor total referente aos dois contratos assinados em 2021 e 2022 já foram pagos, sendo 73,1% no ano passado, último ano da gestão Bolsonaro, e o restante neste exercício. Os contratos foram celebrados após uma licitação ocorrida em 2021 e que tiveram um acréscimo de valor devido a dois aditivos, são relativos a 625 mil frascos de imunoglobulina. O pregão que originou esses contratos enfrentou desafios legais, com a suspensão temporária determinada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) após a desclassificação de uma empresa do processo. No entanto, essa suspensão foi revertida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou as compras do contrato com a Panamerican, argumentando que havia um risco de desabastecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).