Jair Bolsonaro (PL) está lançando uma nova narrativa para desqualificar a delação premiada feita à Polícia Federal (PF) por Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens. Segundo a coluna da jornalista, Bela Megale, do jornal O Globo, a tese adotada pelo ex-mandatário junto a aliados e interlocutores é que Cid não participava das reuniões que ele mantinha com os comandantes das Forças Armadas, devido à sua patente de tenente-coronel do Exército. “Bolsonaro tem afirmado que Cid recebia a cúpula militar, os acomodava no Palácio e saía das reuniões. A versão do ex-presidente busca desacreditar a delação premiada de Mauro Cid”, destaca a reportagem. >>> CPMI dos atos golpistas ouve hoje general Augusto Heleno Em sua delação premiada à PF, Cid afirmou ter presenciado uma reunião entre Bolsonaro e os comandantes das Forças Armadas em que teria sido discutida a possibilidade de um golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na ocasião, o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, teria manifestado apoio à iniciativa golpista. Recentemente, assessores e interlocutores de Jair Bolsonaro começaram a qualificar a estratégia de defesa adotada pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-ocupante do Palácio do Planalto, como "kamikaze". A ideia é defender um relato que siga a mesma linha sobre os fatos, de maneira a isolar Cid e descredibilizar sua delação.