O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abre nesta terça-feira (19) a Assembleia Geral das Nações Unidas com a missão de reafirmar a posição do Brasil na política internacional e promover uma nova ordem global. Neste cenário, além de virar a página de quatro anos de discursos controversos e posicionamentos erráticos feitos ao longo da gestão de Jair Bolsonaro (PL), Lula também irá buscar posições estratégicas em acordos comerciais e diplomáticos, incluindo uma possível vaga no Conselho de Segurança da ONU ampliado e se posicionar como a principal liderança dos países do chamado Sul Global, segundo análise do colunista Jamil Chade, do UOL. Ele diz que Lula “também usará o palco mais importante da diplomacia mundial para defender a criação de uma nova ordem internacional, com um novo desenho das instituições herdadas ainda do resultado do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e o reconhecimento definitivo do poder dos emergentes. Sem as presenças dos líderes de China e Índia, Lula ainda quer usar o espaço para se posicionar como o legítimo representante dos países em desenvolvimento”. Desde o início de seu terceiro mandato, Lula vem intensificando os contatos diplomáticos e se mostrar como um interlocutor capaz de dialogar com os presidentes dos Estados Unidos e da China, Joe Biden e Xi Jinping, respectivamente, como também com o mandatário venezueano Nicolás Maduro e a italiana Giorgia Meloni. Ele também vem tentando costurar um acordo de paz entre a Rússia e Ucrânia estabelecendo pontes entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky . “A meta, nos bastidores do Planalto, é a de credenciar o Brasil para ser uma "escolha natural" para uma eventual vaga no Conselho de Segurança da ONU ampliado. Entre os artífices da diplomacia de Lula, a eventual entrada do país no órgão máximo do poder internacional deixaria um legado histórico de seu governo”, ressalta Chade.