O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deve depor, nesta quinta-feira (24), na CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). A sessão está prevista para começar às 10h. Esta será a primeira vez que Mauro Cid falará em público desde que o seu advogado, Cezar Bittencourt, anunciou que o tenente-coronel confessaria sua participação na venda ilegal de um relógio recebido por Bolsonaro durante o mandato (veja detalhes mais abaixo). O objeto é uma das peças que entraram na mira da investigação da Polícia Federal (PF), depois que assessores do ex-presidente tentaram vender os artigos nos Estados Unidos. Na segunda-feira (21), o presidente da CPI, o deputado distrital Chico Vigilante (PT), informou que Mauro Cid havia confirmado presença na CLDF. Dois dias depois, nesta quarta-feira (23), a defesa do militar solicitou ao parlamentar o adiamento da sessão. O pedido foi negado. Preso desde o dia 3 de maio, Mauro Cid deve ser ouvido na condição de testemunha. O tenente-coronel também foi convidado a falar na CPMI dos Atos Golpistas, no Congresso Nacional, no dia 11 de julho. Na ocasião, ele usou seu direito ao silêncio mais de 40 vezes e se recusou a responder às perguntas dos parlamentares. Uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) permitia que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro não respondesse perguntas que o pudessem incriminar.