A evolução da investigação relacionada a venda de joias por parte de auxiliares de Jair Bolsonaro (PL) gerou preocupações entre seus aliados, levando a debates sobre um possível afastamento político do ex-mandatário, destaca o jornalista Valdo Cruz, no g1. O temor é que as investigações levem a uma devassa nas contas bancárias de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Há apreensão em relação ao que ainda pode ser divulgado. Ainda de acordo com a reportagem, os círculos políticos próximos a Bolsonaro avaliam que a situação está mais complicada do que se esperava. A percepção é de que ele enfrentará condenações também no Supremo Tribunal Federal (STF), prolongando seu período de inelegibilidade. "A companhia de Bolsonaro pode começar a ficar tóxica demais. Essa história das joias é muito ruim, desperta antipatia entre eleitores, até entre aqueles que votaram nele", disse um aliado de Bolsonaro. Dentro do PL há uma inclinação a evitar defesas enérgicas de Bolsonaro, principalmente devido à incerteza quanto às informações ainda por vir. O temor atual é que, ao invés de contribuir para a eleição de prefeitos da legenda no próximo ano, Bolsonaro possa inadvertidamente aumentar a rejeição à sigla e seus candidatos nas eleições municipais. A Polícia Federal já solicitou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Bolsonaro e Michelle Bolsonaro. A aprovação está nas mãos do ministro do STF Alexandre de Moraes. No entanto, antes disso, ele aguarda um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) a respeito do pedido da PF. Nesta semana, a situação promete se intensificar ainda mais para Bolsonaro e seus auxiliares. Na quinta-feira, a CPI dos Atos Golpistas está programada para ouvir o testemunho do hacker Walter Delgatti, que está em negociações com a PF para uma possível delação que pode desvendar mais um capítulo da tentativa de golpe bolsonarista após a derrota nas urnas em 2022.