A Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República tomou uma decisão sancionatória contra o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente do governo Jair Bolsonaro, em decorrência de uma série de deslocamentos realizados a São Paulo, seu reduto eleitoral, utilizando recursos públicos. Salles ocupou o cargo de ministro do Meio Ambiente entre janeiro de 2019 e junho de 2021, período em que efetuou mais de 130 viagens dentro do país, sendo 90 delas com destino a São Paulo.
“De acordo com a Comissão de Ética, as idas de Salles à São Paulo, sobretudo aos fins de semana, ocorriam sem os devidos registros dos compromissos públicos em sua agenda oficial, o que contraria o princípio da transparência. O colegiado identificou a ocorrência de infração ética pelo ex-ministro”, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. As viagens teriam custado R$ 230,4 mil aos cofres públicos.
Ainda conforme a reportagem, o colegiado entendeu que Salles teria violado o artigo 3º do Código de Conduta da Alta Administração Federal (CCAAF), o qual estabelece que autoridades públicas devem pautar-se pelos padrões da ética, "principalmente no que diz respeito à integridade, moralidade, clareza de posições e decoro".
Procurado para comentar a decisão, Salles afirmou, inicialmente, que não tinha conhecimento da punição. Em seguida, ele explicou que foram fornecidas informações à CEP alegando que, durante a pandemia, com a escassez de voos diretos, "quase todos os voos para diferentes regiões do Brasil partiam de SP, o que foi ignorado na decisão".