Desmatamento no Brasil cai 11,6% no primeiro ano de governo Lula, aponta MapBiomas O desmatamento no Brasil registrou uma queda de 11,6% no primeiro ano de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo dados divulgados pelo MapBiomas nesta terça-feira (28). Em 2023, o país perdeu 1.829.597 hectares de vegetação nativa, uma redução significativa em comparação com os 2.069.695 hectares desmatados em 2022, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O relatório do MapBiomas destaca que a Amazônia e o Cerrado foram responsáveis por mais de 85% da área desmatada no país. Pela primeira vez desde o início da série histórica do MapBiomas Alerta em 2019, o Cerrado superou a Amazônia em área desmatada, representando 61% do total em 2023. Enquanto a Amazônia respondeu por 25%, o Cerrado teve 1.110.326 hectares desmatados, um aumento de 68% em relação ao ano anterior. Esse aumento foi impulsionado principalmente pela expansão agropecuária, que correspondeu a 97% do desmatamento no Brasil. “A cara do desmatamento está mudando no Brasil”, afirmou Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas. Ele ressaltou que, apesar da redução geral do desmatamento, há uma concentração preocupante na região da Matopiba, que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Essa área tem se tornado um novo foco de desmatamento devido à expansão das atividades agrícolas. A análise do MapBiomas também aponta que, apesar dos esforços do governo federal para conter o desmatamento, a pressão sobre os biomas brasileiros continua intensa. A expansão da fronteira agrícola, a grilagem de terras e a extração ilegal de madeira são fatores que contribuem para a persistência do problema. O governo Lula tem implementado uma série de medidas para combater o desmatamento, incluindo o reforço na fiscalização ambiental e a criação de unidades de conservação. No entanto, especialistas alertam que é necessário um esforço contínuo e coordenado para enfrentar os desafios impostos pelas atividades econômicas que pressionam os ecossistemas. Além disso, a política ambiental brasileira precisa de apoio internacional, especialmente em termos de financiamento e cooperação técnica. O desmatamento não é apenas uma questão nacional, mas um problema global que afeta a biodiversidade e contribui para as mudanças climáticas. Em resumo, enquanto os dados de 2023 mostram uma redução no ritmo do desmatamento, o desafio de proteger os biomas brasileiros permanece. O governo precisa manter e ampliar suas ações para assegurar a conservação da Amazônia e do Cerrado, garantindo um desenvolvimento sustentável que equilibre crescimento econômico e preservação ambiental.