Professores do Paraná aprovam greve contra projeto de terceirização das escolas públicas Em resposta ao projeto do governo Ratinho Jr. (PSD), que visa terceirizar a administração financeira de 200 escolas públicas do estado do Paraná, os professores da rede estadual decidiram iniciar uma greve a partir do dia 3 de junho. A decisão foi tomada em uma assembleia remota organizada pelo APP-Sindicato, realizada no último fim de semana, onde cerca de 89% dos participantes votaram a favor da paralisação. O projeto, batizado de 'Parceiro da Escola', pretende transferir a gestão financeira e administrativa das unidades escolares para empresas privadas a partir de 2025. Segundo a proposta apresentada pelo governador Ratinho Jr. e pelo secretário de Educação, Roni Miranda, a ideia é que uma empresa com comprovada expertise em gestão educacional assuma diversas responsabilidades, incluindo segurança, administração, gestão de mobiliário, fornecimento de internet e a seleção e contratação de professores temporários. De acordo com a Secretaria de Educação, o objetivo é aproveitar a eficiência administrativa das empresas para melhorar a qualidade da gestão escolar sem incorrer em custos adicionais para o governo. "O mesmo valor que é investido hoje será repassado à empresa", afirmou a secretaria em comunicado. No entanto, o projeto não detalha os critérios para a seleção das empresas gestoras, nem esclarece se haverá algum tipo de concorrência para a escolha das mesmas. A proposta gerou uma forte reação do APP-Sindicato e de membros da oposição, que a veem como uma forma de privatizar a educação pública e enfraquecer o sistema educacional estadual. Eles argumentam que a terceirização pode comprometer a qualidade do ensino e a autonomia das escolas, além de prejudicar os direitos trabalhistas dos professores. Os manifestantes também expressam preocupação com a falta de transparência e de diálogo na elaboração do projeto. Para eles, a terceirização representa um risco significativo para a educação pública, uma vez que prioriza interesses privados em detrimento do bem público. A greve, que começa no início de junho, é uma tentativa de pressionar o governo a reconsiderar o projeto e a abrir um debate mais amplo com a sociedade sobre o futuro da educação no Paraná. A mobilização dos professores é um claro sinal de descontentamento e de resistência contra políticas que, segundo eles, ameaçam a qualidade e a equidade da educação pública. O projeto 'Parceiro da Escola' ainda precisa ser enviado à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para votação. Até lá, o embate entre governo e professores promete se intensificar, com manifestações e debates sobre a viabilidade e os impactos da terceirização na educação estadual.