Desde a volta de Lula à presidência em janeiro de 2023, observou-se uma notável mudança nos hábitos alimentares dos brasileiros, com a carne reassumindo um papel de destaque em suas dietas. Segundo uma pesquisa exclusiva conduzida pelo The Good Food Institute (GFI) Brasil e obtida pelo Valor, constatou-se que 56% dos entrevistados passaram a consumir proteína bovina duas ou mais vezes por semana no último ano, representando um aumento considerável em relação aos 47% registrados em 2022. Paralelamente, 39% dos entrevistados relataram ter incorporado proteínas vegetais ocasionalmente em suas dietas ao longo de 2023. Este fenômeno tem levado os frigoríficos a reavaliar suas estratégias de marketing, adaptando-as para abranger produtos "plant-based". Camila Lupetti, especialista de dados do GFI, observa que, no Brasil, o consumo alimentar é influenciado principalmente pelo preço e pelos benefícios à saúde, enquanto na Europa o impacto ambiental desempenha um papel mais significativo nas escolhas alimentares. A pesquisa, que entrevistou mais de 2 mil brasileiros das classes A, B e C, encontra respaldo nos dados fornecidos pela Euromonitor International. Em 2023, a indústria de carne processada no Brasil cresceu 13,2%, alcançando R$ 11,44 bilhões, enquanto globalmente o crescimento foi de 6,5%, totalizando US$ 201,22 bilhões. Nesse mesmo período, o mercado de substitutos vegetais no Brasil registrou um aumento de 38,1%, totalizando R$ 1,13 bilhão, e globalmente cresceu 10,2%, atingindo US$ 6,36 bilhões. Essas tendências alimentares refletem não apenas as mudanças nos hábitos individuais, mas também as transformações no cenário político e econômico do país. O retorno de Lula à presidência trouxe consigo uma série de mudanças e impactos em diversos setores, incluindo o agronegócio e a indústria alimentícia. Nesse contexto, compreender essas tendências alimentares é essencial para se ter uma visão abrangente das dinâmicas sociais e econômicas em jogo.