Secretaria de Educação de São Paulo recua e reintegra livro de Djamila Ribeiro após repercussão A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo tomou uma decisão controversa ao remover o livro "Cartas para minha avó", da filósofa Djamila Ribeiro, de uma plataforma de leitura utilizada por professores de português. Lançado em 2021, o livro recebeu aclamação por seu relato memorialístico sobre temas sensíveis como ancestralidade, feminismo e antirracismo. Após uma série de questionamentos e a repercussão negativa da medida, a Secretaria de Educação reverteu sua decisão e reintegrou a obra à plataforma, anunciando sua disponibilidade para os alunos do Ensino Médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A informação foi confirmada pela Folha de S. Paulo. Dedicado às orixás Iemanjá e Oxum, o livro tem início com um retrato da avó da autora, Antônia, uma figura marcante que deixou lembranças profundas e cujas práticas de cura e benzimento são destacadas. O episódio gerou debate sobre a autonomia dos professores na seleção de materiais didáticos e sobre a importância do debate democrático na escolha de conteúdos que abordem questões sensíveis e relevantes para a formação dos estudantes. Em resposta às críticas, a Secretaria de Educação afirmou que realiza atualizações periódicas na plataforma de leitura para adequar os conteúdos aos ciclos de ensino dos alunos da rede. Destacou ainda que o processo de seleção de materiais envolve professores e especialistas em currículo, visando promover uma prática antirracista no ambiente educacional. O Leia SP, como é chamada a biblioteca digital, foi disponibilizado aos estudantes e professores paulistas no início deste ano letivo, composto por obras literárias indicadas por especialistas da rede e do Ministério da Educação. A escolha dos livros a serem utilizados em sala de aula é de responsabilidade dos professores, do 6º ano do Ensino Fundamental à 3ª série do Ensino Médio.