Sob a presidência do Brasil, o Grupo de Trabalho Empoderamento de Mulheres, pertencente ao G20, realizou, nos dias 13 e 14, sua primeira reunião presencial em Brasília. Este encontro, segundo a ministra Cida Gonçalves, marca um passo significativo na abordagem das interseções entre mudanças climáticas e questões de gênero. Os temas em destaque foram igualdade, autonomia, enfrentamento à misoginia e violência contra mulheres, além da justiça climática com enfoque de gênero. A reunião contou com representantes de várias delegações, visando a construção de estratégias para resolver problemas que afetam mulheres globalmente. Destacou-se a participação de especialistas, incluindo Vinícius Pinheiro, diretor do Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para o Brasil, e Cecília Alemany, diretora Regional Adjunta da ONU Mulheres. O evento abordou a situação das mulheres diante das mudanças climáticas, ressaltando sua maior vulnerabilidade. A recente ocorrência de enchentes no Rio Grande do Sul realçou a urgência desse debate. Relatórios, como o da ONU Mulheres, evidenciam que eventos climáticos extremos exacerbam a violência de gênero e aumentam a vulnerabilidade das mulheres. Estima-se que até 2050, mais de 158 milhões de mulheres e meninas serão empurradas para a pobreza devido às mudanças climáticas. A ministra Gonçalves enfatizou que as crises climáticas afetam desproporcionalmente as mulheres e meninas, destacando a necessidade de sua participação nos processos decisórios sobre clima e economia. O GT propõe quatro planos de entrega até o final do ano, visando mapear estudos sobre mudanças climáticas e gênero, reconhecer boas práticas, ampliar a participação feminina em espaços decisórios e identificar mecanismos de financiamento público e privado para iniciativas de igualdade de gênero e clima. O Ministério das Mulheres tem se dedicado ao tema, como evidenciado pelo Seminário Nacional Mulheres e Justiça Climática realizado em 2023. A urgência das medidas foi enfatizada, especialmente diante da fome e dos desastres naturais. Este encontro destaca o compromisso do Brasil e do G20 em enfrentar a interseccionalidade entre gênero e mudanças climáticas, promovendo soluções inclusivas e equitativas.