Pesquisa Inédita Revela Desafios Enfrentados por Vítimas de LGBTfobia no Rio de Janeiro Uma pesquisa pioneira realizada junto à comunidade LGBTQIA+ na cidade do Rio de Janeiro traz à luz uma realidade alarmante no Dia Internacional contra a LGBTfobia. O estudo, conduzido pelo grupo Pela Vidda, revela que, apesar do número significativo de vítimas de violência, muitos indivíduos hesitam em relatar os incidentes às autoridades policiais. Os dados mostram que a homofobia é a forma mais comum de agressão, relatada por 53,6% dos entrevistados, seguida de violência psicológica (51,7%) e assédio e/ou importunação sexual (45,2%). Surpreendentemente, apenas 25% das vítimas demonstraram disposição considerável para denunciar os crimes à polícia. A pesquisa também evidencia uma lacuna alarmante na preparação do efetivo policial para lidar com questões relacionadas à população LGBTQIA+, com a maioria dos entrevistados (65%) percebendo uma falta de preparo substancial. Mais preocupante ainda é o fato de que 61,7% dos participantes acreditam que suas denúncias não são tratadas com seriedade pelas autoridades policiais. Dos 515 participantes da pesquisa, muitos encontraram barreiras significativas ao buscar ajuda em delegacias. A recusa em registrar crimes de LGBTfobia foi relatada por 28% dos entrevistados, enquanto 14% afirmaram que apenas conseguiram registrar após insistência. Embora a discriminação contra pessoas LGBTQIA+ seja crime no Brasil desde a equiparação da LGBTfobia ao crime de racismo pelo Supremo Tribunal Federal em 2019, a pesquisa indica uma lacuna significativa entre a legislação e sua implementação prática. Maria Eduarda Aguiar, diretora do grupo Pela Vidda, destaca a importância de aplicar a legislação para combater essas práticas criminosas e evitar o arquivamento de casos. Além disso, o estudo revela uma preocupante subnotificação de casos de LGBTfobia ao Ministério Público, com menos da metade (48,6%) dos casos registrados resultando em denúncias formais. Aguiar ressalta que essa falta de resolução pode minar a confiança das vítimas no sistema de justiça. A pesquisa será formalmente apresentada à Polícia Civil do Rio de Janeiro, como parte de um esforço conjunto para sensibilizar as autoridades e melhorar o tratamento dispensado às vítimas de LGBTfobia. Cláudia Otília, assessora especial da Secretaria de Polícia Civil, destaca a importância de revisar os protocolos policiais e proporcionar capacitação adequada aos agentes para garantir uma resposta mais eficaz a esses crimes. A conscientização e ação são fundamentais para enfrentar a LGBTfobia e promover uma sociedade mais justa e inclusiva. Este é um chamado à reflexão e à ação coletiva para garantir o pleno respeito aos direitos de todos os cidadãos, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.