Magda Chambriard, uma engenheira de 66 anos, foi escolhida como a indicada para ocupar a presidência da Petrobras, sucedendo Jean Paul Prates, que foi demitido por decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Chambriard traz consigo uma extensa experiência, tendo ocupado o cargo de diretora-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) durante o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, de 2012 a 2016, além de ter trabalhado por 22 anos na própria Petrobras, como funcionária de carreira. Graduada em engenharia civil e mestre em engenharia química pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Chambriard também atua como consultora no setor de petróleo e energias. Desde abril de 2021, exerce a função de diretora da assessoria fiscal da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Sua gestão na ANP foi marcada por uma retomada nos leilões de áreas para exploração e produção de petróleo, bem como pelo enfrentamento de desafios, como o vazamento de óleo durante a perfuração de um poço na Bacia de Campos pela empresa norte-americana Chevron. Suas decisões, por vezes, geraram controvérsias, como a imposição de multas significativas a empresas envolvidas na operação de plataformas de petróleo. Chambriard também é conhecida por sua posição crítica em relação a determinadas políticas em discussão no setor. Em artigo publicado recentemente, questionou o PLP (projeto de lei complementar) 29/2024, que propõe a introdução de um imposto seletivo, apelidado de "imposto do pecado", sobre o petróleo. Além disso, criticou o PL (projeto de lei) 3557/2020, que prevê o fim do Repetro, regime especial de incentivo a investimentos na exploração e produção de petróleo. Sua nomeação como presidente da Petrobras representa um marco, tornando-a a segunda mulher a ocupar esse cargo, após Graça Foster (2012-2015). Espera-se que Chambriard lidere a estatal em um período desafiador, aumentando os investimentos para gerar empregos e, ao mesmo tempo, controlando os preços dos combustíveis, conforme as diretrizes do governo. Além disso, sua gestão deverá buscar a confiança do mercado financeiro e garantir a sustentabilidade da companhia, revisando o plano de negócios de 2025 a 2029, bem como definindo a política de distribuição de dividendos.