Lei Áurea: 120 Anos de Reflexão sobre o 13 de Maio No aniversário de 120 anos da assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel, é imperativo refletir sobre o significado histórico e social deste marco. Em 13 de maio de 1888, a abolição da escravidão no Brasil foi oficializada, encerrando uma das páginas mais sombrias da história nacional. Entretanto, esta data suscita questionamentos sobre sua verdadeira relevância. Ao longo das décadas, o 13 de maio tem sido alvo de análises críticas por parte de movimentos negros e historiadores. Argumenta-se que a abolição, promulgada pela elite branca, não foi resultado de uma generosidade, mas sim de pressões internas e externas, incluindo a resistência dos próprios escravizados. A criação do Dia da Consciência Negra em 20 de novembro, em homenagem a Zumbi dos Palmares, representa uma tentativa de recontextualizar a abolição, destacando a luta e a resistência dos negros. Este contraponto ao 13 de maio visa questionar a narrativa oficial e ressaltar a importância da autonomia histórica do povo negro. Apesar da abolição formal da escravidão, a questão da inclusão social dos negros permaneceu desafiadora. A falta de políticas efetivas de integração e reparação histórica contribuiu para a manutenção das desigualdades raciais no Brasil. Mesmo com avanços como a inclusão da história e cultura afro-brasileira no currículo escolar e a criação de políticas de promoção da igualdade racial, a desigualdade persiste em diversas áreas, incluindo educação e mercado de trabalho. Portanto, ao comemorar os 120 anos da Lei Áurea, é essencial não apenas celebrar o fim da escravidão, mas também refletir sobre os desafios enfrentados pela população negra após sua abolição. Somente através do reconhecimento e enfrentamento das desigualdades históricas é possível construir uma sociedade verdadeiramente justa e igualitária.